Este versículo do Salmo 127 geralmente é lido e aplicado em ministrações sobre família. Mas quero pensar aqui e aplicar esse versículo à igreja, como ‘casa’edificada para glória do Senhor! Claro que o salmista aqui não está falando de uma obra arquitetônica, mas sim de um lugar de relacionamentos entre pessoas. Diante deste pensamento, precisamos destacar alguns pontos.
Primeiro, executar o projeto chamado igreja sem o Arquiteto é trabalho em vão. Nós homens somos tentados a edificar a igreja de acordo com nossos interesses, nossos achismos, adequar ao modelo que achamos mais interessante, mas quando concluída esta edificação, esta igreja não serve para o qual foi projetada. É trabalho em vão e não alcança o objetivo.
Segundo, a igreja edificada pelo Senhor é lugar de cura e transformação. Este é o propósito da igreja de Cristo, promover relacionamentos significativos e cuidado mútuo. A comunhão é uma das marcas de uma igreja saudável. Toda vez que há divisão, desentendimento, rixas, ressentimento entre irmãos, a igreja se torna em escombros e revela que não está edificada no Senhor.
Terceiro, Deus tem colocado em nossas mãos ferramentas para auxiliá-lo na manutenção e edificação de Sua igreja. Dentre elas, anunciar e praticar a Sua Palavra e o Espírito Santo, nosso Guia e Consolador, revelando às nossas almas a vontade soberana do Senhor para a igreja. Se houver comunhão, não faltará direção do Espírito.
A igreja é o corpo de Cristo na terra. Ela só existe por Ele e para Ele. Não podemos edificá-la para outros “reinos” que passam e acabam em escombros, mas para que vidas alcancem o Reino dos Céus.
Pr. Silvio Cezar Leite
O dia 8 de Março é, desde 1975, comemorado pelas Nações Unidas como Dia Internacional da Mulher. Mas, dia de quais mulheres estamos falando? Das, que seguem um determinado padrão de beleza e comportamentos predeterminados pela sociedade? Das bem afortunadas? Das ditas “normais? O que teriam para comemorar as que não fazem parte das esferas aqui mencionadas? Em especial as mulheres com deficiência de nossas comunidades e de nossa sociedade? Que embora tenham alcançado significativos avanços ainda permanecem vítimas de exclusão e discriminação.
Sim, para as que estão a margem
talvez não haja muito para festejar. Existem no mundo cerca de 300 milhões de
mulheres com deficiência, e 80% delas vivem em países pobres. Elas são
marginalizadas e invisíveis para as pessoas que criam as políticas públicas.
Seus direitos humanos são massivamente violados, independentemente de sua
idade, origem étnica, orientação sexual, religião e outras condições. Somam-se
a isto: Um terço de todas as mulheres com deficiência são analfabetas ou têm
menos de três anos de educação formal. Quando conseguem trabalho, seu salário é
menor do que todas as demais classes de trabalhadores.
No Livro “teologia e
deficiências” de diversos autores, Iára Muller ao discorrer sobre a temática da
teologia e gênero chama nossa atenção para uma gravíssima violência que afeta
mulheres e crianças deficientes. “Existem muitas mulheres e meninas com
deficiência (especialmente com deficiência mental) sendo abusadas em hospitais
por alguém da equipe de atendimento (especialmente enfermeiros). O mesmo
acontece em lares e instituições e em suas próprias casas. Uma das razões que
torna as mulheres e meninas com deficiência mais vulneráveis ao abuso é o fato
de que há uma grande falta de informação e inadequada educação sexual. Casos de
abuso contra mulheres e meninas com deficiência são raramente relatados à
polícia, porque não se acredita no que elas contam”.
É fato bastante recorrente o
não acreditar no que as pessoas com deficiência falam porque os/as ditas
“normais” acham que podem decidir, sentir, e escolher por elas. Neste sentido
quando se apresenta o caos e as muitas injustiça, também se conclama a igreja
de Cristo a combate-las, pois nossa fé precisa ser missionária e cidadã
mediante a uma prática que promova a vida em sua totalidade.
Nesta direção temos muito por
fazer, denunciando todo tipo de exclusão, segregação e escancarando as portas
de nossas comunidades nas mais diferentes esferas para que as mulheres com
deficiência possam escrever uma nova página em suas vidas. Devemos viver a
alteridade onde o outro me faz existir, entendendo como bem disse Frei Beto:
“Quem, na cultura ocidental, melhor enfatizou a radical dignidade de cada ser
humano, inclusive a sacralidade, foi Jesus. O sujeito pode ser paralítico,
cego, imbecil, inútil, pecador, mas ele é templo vivo de Deus, é imagem e
semelhança de Deus”.
Feliz dia de todas as mulheres.
Coordenador de Inclusão da Igreja Metodista 3RE
Olá Graça e Paz!
Esta
mensagem inaugura nosso novo modelo de boletim da igreja. Queremos que sua
leitura se torne mais agradável e além de ficar bem informado, você use o
boletim como instrumento de evangelização. Nessa primeira edição compartilho
uma mensagem que acho espetacular. "Conta-se que, certa vez, dois irmãos
que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em
conflito. Durante anos eles percorreram uma estrada estreita e muito comprida,
que seguia ao longo do rio para, ao final de cada dia, poderem atravessá-lo e
desfrutar um da companhia do outro. Apesar do cansaço, faziam a caminhada com
prazer, pois se amavam. Mas agora tudo havia mudado. O que começara com um pequeno
mal-entendido finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por
semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem na sua
porta. Ao abri-la notou um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro na
mão. Estou procurando trabalho- disse ele. Talvez você tenha um pequeno serviço
que eu possa executar.
Sim! - Disse o
fazendeiro - claro que tenho trabalho para você. Veja aquela fazenda além do
riacho. É do meu vizinho. Na realidade, meu irmão mais novo. Nós brigamos e não
posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro? Quero que
você construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não precise mais
vê-lo.
Acho que
entendo a situação - disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos
que certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito.
Como precisava
ir à cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e
partiu. O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia medindo, cortando
e pregando. Já anoitecia quando terminou sua obra. O fazendeiro chegou da sua
viagem e seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia qualquer cerca!
Em vez da cerca havia uma ponte que ligava as duas margens do riacho. Era
realmente um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou: você foi
muito atrevido construindo essa ponte após tudo que lhe contei.
No entanto, as
surpresas não haviam terminado. Ao olhar novamente para a ponte, viu seu irmão
aproximando-se da outra margem, correndo com os braços abertos. Por um instante
permaneceu imóvel de seu lado do rio. Mas, de repente, num só impulso, correu
na direção do outro e abraçaram-se chorando no meio da ponte. O carpinteiro
estava partindo com sua caixa de ferramentas quando o irmão que o contratou
pediu-lhe emocionado: "espere! fique conosco mais alguns dias". E o
carpinteiro respondeu: "eu adoraria ficar, mas, infelizmente, tenho muitas
outras pontes para construir."
Lendo essa ilustração, cabe-nos perguntar: e nós, temos construído
cercas ou pontes em nossos relacionamentos?
Pense nisso!
Um abraço,
Pr. Silvio Leite