O chamado dos doze

12/11/2020

Compartilhar:

[Jesus] chamou seus discípulos e escolheu doze deles, a quem também designou apóstolos. (Lucas 6.13)

A escolha dos doze apóstolos e o seu chamado, de acordo com Lucas, ocorreram depois de Jesus ter passado toda uma noite em oração. Ele evidentemente sabia que uma decisão de grande importância estava para ser tomada, pois os doze deveriam cumprir um papel especial no futuro. Dois pontos são especialmente dignos de nota.

Primeiro, Jesus escolheu doze. Ele já tinha um número de seguidores ou “discípulos”. Mas, desse grupo maior, ele selecionou doze. Não pode haver dúvida de que o número escolhido foi deliberado. Ele viu os doze apóstolos como equivalentes às doze tribos de Israel. Ele e os apóstolos juntos formariam o núcleo do Israel novo e purificado.

A mais impactante característica da lista de apóstolos é a sua extraordinária diversidade. Um exemplo dramático é o fato de Mateus, o publicano (considerado um traidor), e Simão, o Zelote (um nacionalista extremo), serem membros do grupo apostólico. Talvez Jesus, de forma intencional, tenha escolhido como seus apóstolos homens que eram culturalmente diferentes um do outro, a fim de prenunciar a diversidade que sempre caracterizaria a sua comunidade.

Segundo, Jesus os designou apóstolos, ou “enviados”. Precisamos recordar o pano de fundo duplo dessa palavra. No Antigo Testamento os “enviados” eram profetas. Como Javé havia enviado seus profetas, Jesus agora estava enviando seus apóstolos. No judaísmo rabínico, dizia-se que “o enviado por uma pessoa é essa própria pessoa”. Ou seja, ele carrega com ele a autoridade de quem o enviou. É nesse sentido que Jesus mais tarde pôde dizer aos doze: “Quem recebe vocês, recebe a mim” (Mt 10.40) e “Aquele que lhes dá ouvidos, está me dando ouvidos” (Lc 10.16).

A fim de equipar seus apóstolos para falar em seu nome, Jesus os indicou para “que estivessem com ele” como testemunhas oculares, ouvindo suas palavras e vendo suas obras, para que pudessem dar testemunho daquilo que haviam visto e ouvido (Mc 3.14; veja também Jo 15.27). Essas implicações do apostolado têm uma importante conformidade com os escritos do Novo Testamento.

Para saber mais: Marcos 3.13-19 

>> Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.


Compartilhar: